Eu não sei o que é amor. Já achei que fosse algo que se sentia quando se está com alguma pessoa, mas sinto tantas coisas longe de tantas pessoas. Já achei que fosse o contrário do ódio, mas não sei se já odiei alguém a ponto de amá-la. Meus ódios costumam passar ou serem esquecidos. Tive quase a certeza que o amor viria junto com aquele que me fizesse chorar de saudade, mas eu já chorei de saudade mesmo estando ao lado de alguém. Me senti sozinho abraçando alguém. Amor não é isso. Pensei que o amor fosse aparecer por acaso, mas o acaso perdeu o meu endereço. Tive quase a certeza de que só se tem um amor na vida, porém aprendi que se tem quantos amores o coração suportar. Também, quis acreditar que a profecia do “que dure para sempre” só funciona com o primeiro amor que faz você ir dormir sorrindo, acordar pensando e passar o dia querendo. Mas, o meu primeiro amor fugiu sem nem dizer para onde, mas para sempre ele viajará pelo meu pensamento buscando uma parada, um sossego. Não se esquece pessoas, adormece-as na memória. Daí vem as insônias.
— Mário Dias, Sepultar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário